quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Entrevista de Olavo de Carvalho: análises e projeções certeiras

Olavo de Carvalho | YouTube.

Em entrevista a Leandro Ruschel, o filósofo, jornalista e escritor Olavo de Carvalho fala de diversos assuntos acerca da política brasileira, as resistências contra o atual governo de Dilma Rousseff e companhia. Para Olavo, o brasileiro tomou consciência espontânea da política, embora manipulação dos grandes meios de comunicação, em detrimento do apoio.

Sobre a questão dos militares e revolta da população brasileira será difícil uma “intervenção militar” se não houver uma “intervenção popular”, junto com uma desobediência civil. Em outras palavras, o próprio povo toma o poder. Olavo ressaltou que é uma estupidez clamar por intervenção militar em público, porque desarma e inviabiliza o “elemento surpresa”.

Olavo de Carvalho cita exemplos, como a transição União Soviética/Rússia e Tailândia. Segundo ele, as forças armadas nunca estiveram à frente de movimentos populares, citando a queda de João Goulart em 1964. Dessa forma, o filósofo acredita que apenas o povo brasileiro pode salvar o país, contra as chamadas “instituições” que segundo ele colabora para o caos político-econômico atual.


Burguesia que não manda, a Direita sem direção e a Odebrecht

Para quem aprendeu nas salas de aula que a burguesia mandava em algo, se enganou. Olavo de Carvalho revela que a burguesia é uma classe submissa aos verdadeiros mandantes do poder. A força política-militar. Quem acha que pode entrar no poder sob a égide do governo atual acaba se prejudicando:

“O pessoal cria uma liderança empresarial liberal-conservadora daí é convidado para ministro e ele vai. Vai sair queimado, vai ser suicídio político meu, Deus do Céu. Vai ser ministro da Dilma? Ah, não, não pode fazer isso. Isso é meter uma bala na cabeça. E tem muitos fazendo isso. E esse Levy também decidiu colaborar. Com um governo desse não se colabora.”


Sobre os movimentos de Direita, Olavo alerta que apesar de o brasileiro ser de Direita por essência não há representantes políticos, a tal ponto que acaba votando em candidatos de Esquerda.

Em 1993, Olavo de Carvalho trabalhou para a Odebrecht e fez um relatório sobre a CPI aconselhando a não se associar com o PT. Obviamente o conselho foi ignorado, e hoje vemos os chefes da empresa presos. Quem avisa... 


A entrevista completa

Esqueça o que você aprendeu sobre quem dá as regras do jogo político e econômico. Lembro que esta é apenas uma amostra do que a maioria das pessoas não sabe o que se passa além das TVs e dos ditos “grandes portais de internet”. Por que o PT está se desgastando? Onde realmente surgiram os grandes protestos de rua? E os três poderes dominantes que ditam as regras no tabuleiro do complexo xadrez político? O poder cultural (de longo prazo), o poder militar (de curto prazo) e o poder econômico (de médio prazo).

Não conto o resto porque eu sei que odeiam spoilers. Está aí:





AVISO: Antes de tomar qualquer opinião a respeito do professor Olavo de Carvalho, está aqui a advertência e evite qualquer desentendimento. Como diz o professor Mário Sérgio Cortella na sua coluna diária de rádio Academia CBN “é tempo para o conhecimento”. Em breve falarei mais sobre Olavo de Carvalho, o homem que está realmente por trás dos protestos antigoverno: “Eu vim pra f**** com todo mundo”, declara Olavo.


Aviso aos navegantes | Facebook.



Valeu, pessoal! J-J



Por: Pedro Blanche

terça-feira, 29 de setembro de 2015

FK&C




História

For King and Country é uma banda formada pelos irmãos Joel e Luke, que participaram em 2010 do X Factor Austrália. Eles nasceram em Sydney, mas mudaram-se com a família para Nashville, Tenesse. Cresceram em uma grande família de sete filhos e experimentaram a criatividade musical desde cedo. O pai dos irmãos era um promotor de música, e os levava para vários show musicais. “Ir a esses shows, sentado nos ombros de meu pai... sinto que isso me deixou mais ligado à música. Acho que a música me escolheu e eu me inclinei totalmente a ela”, relembra Joel.

Na adolescência, eles foram back vocal da irmã Rebecca St. James. Quando Luke tinha 19 anos, e Joel 21, formaram uma banda, para escrever e gravar músicas. As filosofias de esperança e amor foram incutidas por seus pais, e até hoje eles trazem isso nas suas canções, como legado. “O melhor legado que podemos deixar, é de ser um bom pai e um bom marido. Se minha família estivesse fora de sintonia, eu não sei se seria capaz de escrever canções mais”, diz Luke.

A tradução literal para For King and Country é “Para um Rei e país”, que traduz quem eles são como músicos e para quem são suas músicas. Rei faz referência a um rei conhecido, Jesus Cristo. “Você pode ir com confiança através dos altos e baixos em sua vida, porque sabe que a vida não é tudo sobre você e o que você faz, mas sim a esperança e a salvação de Cristo”, explica Luke.

Entre o primeiro álbum, e o segundo, Joel casou-se e Luke tornou-se pai. Luke, nesse período, também enfrentou uma doença com risco de morte, que alterou totalmente sua perspectiva de vida. 



A banda teve sua estreia em 2012, com o álbum Crave, e conquistou o elogio de muitos e foi nomeada pela Billboard na categoria “News Artists to Watch”, no mesmo ano. Em 2013, ganhou um prêmio do GMA Dove Awards de Novo Artista do Ano, onde receberam seis indicações.


Membros 


For King and Country é formada por dois vocalistas (Joel e Luke) e músicos que tocam os mais diferentes instrumentos, como bumbo, guitarra, bateria, contrabaixo, violino, violoncelo e teclado. 








Creio que Joel faça a primeira voz, e Luke a segunda. Por que a voz dele é muito forte e intensa, ele acaba se sobressaindo. Os irmãos viajam com cerca de cinco músicos pelo mundo inteiro, e possuem mais de 300 shows na carreira.

Joel


Luke


No vídeo musical Fix My Eyes, Luke toca bumbo e canta. Achei o vídeo maneiro e alto astral. 





Características/estilo da banda

A banda caracteriza-se como pop rock, e tem influências de bandas famosas como Coldplay, U2, One Republic, The Beatles e The Goo Goo Dolls. A primeira vez que ouvi, percebi mesmo que existia uma semelhança entre eles e o Coldplay.



O som dos irmãos causa euforia e alegria (Já ouvi FKandC no banho e sai com um sorriso de orelha a orelha). Com melodias, ritmos crescentes, instrumentação teatral e temas que retratam a vida pessoal dos irmãos, a banda tem realizado várias proezas interessantes, como a evolução do rock/pop duo no álbum mais atual.  A revista Susie Magazine diz que “Quando se mescla a força da música com o coração, a esperança e a paixão do evangelho, tem-se o poder supremo, não só para mudar o dia de alguém, mas impactá-los para a eternidade”.


Discografia/músicas marcantes




For King and Country ainda não tem uma discografia muito ampla, contando apenas com 2 álbuns de estúdio – Crave e Run Wild. Live Free. Love Strong. e um EP. Entretanto, foi o que bastou para que suas músicas nos consumisse com seu “brilhantismo”. Em cada música você consegue captar a essência dela. A mensagem que eles querem passar com cada palavra.







- Crave (2012) 

Crave foi lançado em 28 de fevereiro de 2012 e ficou na segunda posição do iTunes gospel. Seu primeiro single foi Busted Heart, depois The Proof of Your Love. Crave foi considerado algo novo e poderoso na cena pop contemporânea.

O álbum é cheio de melodias crescentes, com uma mistura ousada de guitarras, piano, cordas, teclado e efeitos eletrônicos. As músicas são cheias de esperança. 

The Proof of Your Love tem uma introdução belíssima com violino, que percorre toda a canção. O som abafado da bateria e o pandeiro fecharam a melodia. A letra fala sobre a prova do amor de Deus e o seu sacrifício. “Se eu cantar, mas não tiver amor Eu perco minha respiração com cada música”.  

Middle of Your Heart tem uma pegada bem U2 e Coldplay. É um ritmo bem mais pesado e dançante que a anterior. A música é um pedido para voltar ao centro do coração de Deus. 

Fine Fine Life tem um ritmo pra cima. Os arranjos vocais estão excelentes, e dá vontade de sair cantando com eles. “Uuuuhhh”, “Eiheiheiheih”, são alguns arranjos que ficaram bem casados na música. A canção diz que ser de Jesus “É uma vida boa”.

Missing tem um toque de piano extraordinário,  guitarra e bateria no melhor som rock hardcore. A letra é bem forte e intensa. Fala de arrependimento, remorso e falta de perdão. O refrão realmente contagia. 




- Run Wild. Live Free. Love Strong. (2014) 

Run Wild. Live Free. Love Strong. é o álbum que eu, Thiago, mais me apeguei a suas músicas. Shoulders é minha música favorita. A mensagem é muito bonita. 




Fix My Eyes fala sobre as diferenças que uma pessoa tem em seu presente e em seu passado. 

Run Wild trata de uma coisa que muitas pessoas enfrentam atualmente: a restrição. Viva a vida aproveitando cada momento.



Curiosidades

Lucas perdeu cerca de 57kg durante o lançamento do segundo álbum devido a uma doença chamada Colite Ulcerosa, que fez que os irmãos tomassem um tempo de férias. A Colite Ulcerosa é uma doença inflamatória intestinal. J-J

Por: Emerson Garcia e Thiago Nascimento

sábado, 26 de setembro de 2015

Dom do olhar: Pawel Kuczynski



Olá! Está no ar, o último post da Semana da reflexão. Vocês gostaram dessa semana? Para encerrar, trago o trabalho do desenhista e pintor polonês Pawel Kczynski. 



Nascido em 1976 em Szczecin, Pawel é especialista em sátiras e críticas. Esse interesse surgiu em 2004, em que passou a competir e mostrar um diferencial em seu trabalho, um tanto ácido e realístico. Somente em 2010 ele ganhou mais de 19 prêmios, que justificam seu trabalho tratar de temas universais, que interessam a toda a sociedade, como a desigualdade racial, a fome, a poluição do ambiente e a falta de liberdade.




As obras do desenhista, não são só universais, mas, ao analisar cada uma delas, vamos ver um pouco da nossa sociedade brasileira, porque suas temáticas tem um encaixe perfeito à nossa realidade. Quem traduziria, tão dramaticamente, as mazelas da sociedade brasileira? A crise? A fome? A corrupção do nosso país?

Conheça algumas frases célebres do autor:

"Me considero um observador de tudo que se passa ao meu redor"
"Acredito que os artistas podem mudar tudo"
"Eu tento converter em desenhos minhas observações sobre a condição humana"
"A arte moderna não interessa às pessoas comuns"


Confira algumas de suas obras:


Educação vem de berço. Discriminação e predestinação também.



O que tem mais valor em uma sociedade sensacionalista e com falta de amor ao próximo?



A raiz da mentira está no poder e na política.




Hipocrisia, a gente vê por aqui.




Admirável mundo artificial


Palavras ao ralo


Com qual brinquedo você se diverte?


Lixo para alguns. Presente para outros.


Por daqui eu vejo o mundo.



Talvez possamos não concordar com as ilustrações de Pawel, mas que elas nos levam a reflexões, isso sem dúvidas. Estamos inseridos em um sistema, que é difícil criticá-lo, quando um desenhista faz um trabalho como esse, é como se ele tirasse as viseiras dos nossos olhos. Bom sábado a todos! J-J

Confira mais algumas de suas ilustrações: clique aqui.




Quais reflexões/críticas vocês tiveram ao ver essas imagens?!


Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

5Q: Tempos modernos







Moral
Aceitar ou não as mudanças impostas a você? Deixar-se levar pelas explorações trabalhistas, seria a maneira certa de agir, ou a hora de lutar pelos direitos?

Cena Boa 
Logo no início do filme me deparei com a cena que já aprendemos assim que começamos a estudar Revolução Industrial: a padronização dos processos industriais. Uma pessoa faz o mesmo trabalho por toda sua carreira, para se especificar naquela área. É claro que, por mais que eu goste dessa cena, não estou desmerecendo nenhuma das outras, pois esse filme é muito legal. 

Cena Ruim
Desculpem-me, mas não consegui decidir uma cena ruim sobre esse filme. Talvez, eu até tenha uma cena ruim: quando introduzem um romancezinho. Não acho que um filme assim precisava de romance. Posso até estar sendo um pouco hipócrita, porque eu gosto de filmes e livros de romance, mas...

Perfil
Charlie Chaplin vive o personagem Carlitos, em que era trabalhador de uma grande indústria, onde fazia sempre a mesma coisa. Não só Carlitos, como muitos outros operários viviam a exploração dentro das fábricas devido à busca do lucro pelos proprietários, fazendo com que eles fizessem suas atividades muito mais rápidas para obter um produto final em menos tempo. Na realização da mesma atividade, Carlitos teve um colapso nervoso, não conseguindo mais parar de fazer os movimentos que fazia. Já imaginou a confusão que será né?

Opinião 
Esse é o tipo de filme que acho que todas as pessoas deveriam assistir, assim que começam a estudar Revolução Industrial. Deveriam ser obrigatório os professores de História exibirem esse filme para seus alunos. Ele explica muito sobre um fato histórico de uma maneira cômica. Ri muito vendo, mas também tive meus momentos de reflexão. O que é de fato, algo muito sério para o momento histórico. Confesso que, estava com medo de fazer esse 5Q, pois não entendo muito de História. Na verdade, é uma das piores matérias que eu já tive na vida. Voltando a mesma tecla: Acho que não precisava daquele romance. O filme já era engraçado, falava de um assunto sério com humor e ainda adicionar romance? Pra quê, né?! Embora tenha esse ponto negativo, no meu ponto de vista, é um longa bem desenvolvido apesar do tempo (1936). J-J




O que acharam dessa temática do trabalho industrial? Até amanhã, com a última parte da 'Semana da reflexão'! 



Por: Thiago Nascimento

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Quinta de série: Narcos





O Quinta de série dessa semana traz uma série reflexiva, baseada em fatos reais. Trata-se de Narcos, uma produção da Netflix, que conta a história de um famoso narcotraficante colombiano chamado Pablo Escobar, interpretado por Vagner Moura. 




A produção conta sua história desde o início até sua ascensão, como um perigoso chefe da máfia de cocaína. Pablo foi famoso, por ser extremamente ardiloso, incompassivo, violento, que tinha tudo, mas que guardava um rancor e um vazio dentro de si. Faturava milhões de dólares em seus contrabandos, possuía mulheres belíssimas, mas não estava satisfeito, mesmo sendo um dos mais ricos, segundo a revista Forbes

A história é baseada no realismo fantástico, ou seja, a história aconteceu, mas é difícil de acreditar em algumas coisas, daí o lado 'fantástico'. Poucos acreditariam que Pablo contratou um grupo de esquerda - o M19 - para invadir o Palácio da Justiça; que ele foi procurado por muito tempo pela polícia federal, e foi difícil de achá-lo; que ele ficou preso em um lugar que pouco parecia uma prisão; que ele meteu fogo em vários patrimônios e facas em vários homens. Para parecer menos irreal, o cineasta José Padilha utilizou de materiais de arquivos na série, por isso, ela conta com gravações e pronunciamentos da época.




O trabalho de produção, fotografia e escalação de atores está primoroso. Perseguições cinematográficas, com alto teor histórico, atuações excelentes - como a de Vagner Moura e sua evolução na língua espanhola no decorrer dos episódios; atuação de estrangeiros e atores, que mandaram muito bem nos papéis de perseguidores de Escobar; além de bons ganchos sociais, que coloca cada pessoa que assiste em um nível de reflexão.




É impossível não sentir-se impactado com o mundo do tráfico, e do jogo de poder por conta do pó branco. É mais do que uma série. É uma verdadeira mobilização social. O cineasta brasileiro José Padilha diz: 

"Quando eu exponho a dinâmica do tráfico de cocaína, como ele começou e qual foi a reação dos Estados Unidos, eu procuro ver o que existe nesse processo limitado. E que talvez nos ensine alguma coisa".




A temática das drogas é uma reflexão bem atual na mídia. Vemos, por exemplo, esse problema na perspectiva do usuário, e como ela acaba com a personalidade e o meio em que esse indivíduo vive, em Verdades Secretas, que acaba amanhã (25). A droga degrine o físico e o psicológico do usuário, sem ele perceber. Ele é iludido pela droga e acha que sairá dela, mas, de repente, se vê engolido em uma armadilha sem fim. Passa a viver como bicho, perde a noção da realidade e convívio, não tem cuidados com sua aparência, e o mais triste: fica suscetível às piores situações que se pode imaginar.

Grazi Massafera no papel de Larissa, 'crackeira', que foi abusada em um dos últimos episódios de Verdades Secretas.


O foco de Narcos é diferente, mas não deixa de ser dramático. Será possível acabar com o tráfico de drogas matando o líder dessa máfia? Será que apenas o capturando e o exterminando, estaríamos acabando com esse problema? Negligenciar o consumidor dessa droga devastadora seria a atitude correta? Não adianta muita conter o líder do tráfico, quando a droga já ultrapassou fronteiras e já chegou em toda a América e Europa. Milhares de pessoas são devastadas por causa desse pó todos os dias.




A série consegue retratar esse problema social, em uma atmosfera mais econômica e política. Traça-se um perfil que mostra a força colombiana, por meio desse comércio, e a normalidade do narcotráfico. Enquanto em outros países é tratado como "realismo fantástico", em terras colombianas é uma atividade normal. A própria figura de Pablo Escobar é vista como heroica, salvadora e carismática, por alguns. 

Percebe-se também a questão política, por meio de uma outra força nacional: a americana, que utilizou de todos os subterfúgios, acordos, policiais preparados, e enfrentou o Cartel de Medellin apenas com o ataque a oferta das drogas, realizando uma guerra, com o único objetivo de enfraquecer o líder, Escobar. Com isso, percebe-se o poder político, que nos leva a reflexão da série ser mais ideológica, preocupada em mostrar o poderio colombiano e americano (Claro que não podia faltar), do que solucionar, conscientizar, focar, abordar, em um problema social e de saúde pública, que já tem devastado milhões. A personagem Larissa está aí. Ninguém pode negar.




Narcos é excelente, em alguns aspectos, mas ao analisar essa produção, percebo que ela preza mais pelas perseguições cinematográficas, enaltecendo alguns personagens, enfocando em uma política de combate às drogas, concentrada apenas na oferta, em detrimento de questões mais sérias e difíceis de lidar.


Aspectos técnicos

A fotografia de Narcos é primorosa, e não poderia deixar de ser, já que trata-se da qualidade Netflix. A série é toda em inglês e espanhol (mais espanhol do que inglês). Na maior parte do tempo que a assisti não precisava de legenda, pois o meu espanhol até que está bom. 

Não tem como deixar de comentar sobre a atuação de Vagner Moura. O cara já é um dos grandes atores consagrados fora do Brasil. Seu espanhol vai tornando-se menos 'portunhol' no decorrer dos episódios, e o cara levou o trabalho à sério, ao engordar 20 quilos para o personagem. Segundo Padilha, "Escobar era gordo porque passava o dia inteiro fumando maconha e, quando batia a larica de noite, comia literalmente tudo que estava dentro da geladeira. E repetia tudo no dia seguinte" (Fonte).

Aliás, o destaque também vai para os outros atores, que aceitaram a difícil tarefa de incorporar pessoas reais, muitas delas vivas. O ator Pedro Pascal passou um tempo em Quantico, convivendo com o personagem que interpretou na série: É a primeira vez que eu poderei interpretar alguém que é uma pessoa de verdade e que ainda está vivo”, ele diz

Além da documentação apurada, o que garantiu semelhança com o mundo real foi a boa ambientação da série. 

"Como o traficante (Pablo Escobar) gostava de fotografar a si mesmo e seus companheiros, isso permitiu que os produtores pudessem recriar perfeitamente as roupas, acessórios e até mesmo os estilos de bigodes que os personagens usavam", diz Padilha.

As cenas de ação de Narcos são de tirar o fôlego, e ela está sendo comparada como a "Game of Thrones do mundo das drogas"

"Só que nós não precisamos de dragões. Nós temos cocaína", ator Pedro Pascal.




Fiquem com o trailer! Infelizmente não é legendado. A segunda temporada estreia em 2016. J-J







E aí, o que acharam da temática da série? Quais são suas reflexões sobre o tráfico de drogas?




Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Minissérie “Decadência” 20 anos – parte 3: destaques, alfinetadas e comentários do público

Caros leitores, essa é uma matéria dividida em três partes a respeito da minissérie 'Decadência', de autoria de Dias Gomes, baseada no livro homônimo e adaptada pelo autor. Essa é a terceira e última. Boa leitura!


PREÂMBULO: ANTES DE COMEÇAR EU CONFESSO QUE tive que mostrar antecipadamente via mensagem, quem venceria a segunda edição do MasterChef Brasil em nome do jornalismo e da verdade. Revelar isso, por mais que possa doer, era minha obrigação porque já sabia disso. A matéria do Emerson está aqui falando sobre esse e outros episódios do assunto. VOLTEMOS...

Antes de ler, veja a primeira e a segunda parte desta série de postagens. Você ficará por dentro dos arredores que tem a ver com a minissérie.

Logotipo da minissérie | Memória Globo.


O que me chamou atenção em Decadência é o confronto da realidade: a exposição de que até em uma atividade religiosa pode ter pessoas boas (Jovildo – Milton Gonçalves) e ruins (Mariel – Edson Celulari). A obra de Dias Gomes – famoso com suas obras como O Bem-Amado, Saramandaia, O Pagador de Promessas (esta última adaptada para o cinema, indicada ao Oscar e vencedora da Palma de Ouro em Cannes) – é impactante, enfrentadora e até cínica.

Lembremos, para quem nasceu depois, que a orientação política de Dias Gomes influenciou mais do que os critérios de teledramaturgia. Lembro-me, através de jornais e revistas, de que a minissérie foi feita de propósito para provocar raiva aos protestantes. 


Destaques principais

 Adriana Esteves, Betty Gofman e Maria Padilha | divulgação.


A cenógrafa Cláudia Alencar foi responsável por cuidar do envelhecimento gradativo dos móveis e da mansão dos Tavares Branco. A cena do incêndio – o símbolo da decadência da família carioca – teve a ajuda da computação gráfica. A minissérie foi vendida para Angola, Bolívia, Bulgária, Canadá, Colômbia, Equador, Eslovênia, Nicarágua, Panamá, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Decadência foi exibida em comemoração aos 30 anos da Rede Globo, mas foi marcada pela guerra entre a emissora e a Igreja Universal do Reino de Deus. A batalha não durou muito tempo.

Fizeram parte da minissérie: Adriana Esteves (Carla), Edson Celulari, Isadora Ribeiro (creditada como “Sueli”, mas chamada de “Luzia” na minissérie), Raul Gazolla (Victor), Virgínia Novick (Vilma). Grandes revelações do momento. Adriana ganhou concurso no programa Domingão do Faustão e ganhou uma vaga de atriz. Isadora foi destaque na vinheta de abertura do Fantástico.

A vida de Rubens Correia em livro | ImprensaOficial.


Decadência foi o último trabalho de Rubens Correia (Tavares Branco) – morto em 1996 – em decorrência de complicações causadas pelos vírus da AIDS. Até hoje não se sabe o que levou a morte do ator. O que mais se fala foi que ele teve um infarto.


Personagem destaque: PJ – o menos ajuizado da família

PJ em orgia junto com seu amigo político | TV Globo/SIC.


Depois de fazer personagens humorísticos, Luís Fernando Guimarães encarnou Pedro Jorge Tavares Branco (ou PJ) em Decadência. A meu ver, foi o que se destacou fazendo o cínico e o menos ajuizado dos Tavares Branco. Metido com drogas, lobismo e corrupção, pai negligente que pouco se importa com o rebelde Vicente (Leonardo Biagoni/ João Felipe). Fala palavrão como se fizesse parte de seu vocabulário normal. Veja perfil de PJ:





Acordão Globo-Record: tudo acaba em pizza

Os dois então diretores da Rede Globo – José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni – e da Rede Record – Eduardo Lafon – fizeram um acordo de parar com os respectivos ataques e ofensas. Afinal de contas, as duas emissoras tocaram um o calcanhar de Aquiles do outro. A TV Globo tinha as denúncias e a minissérie, A TV Record tinha o documentário Beyond Citizen Kane (Muito Além do Cidadão Kane), onde mostra algumas verdades inconvenientes da emissora de Roberto Marinho. Termina a eletrônica “guerra santa”.



Coincidência ou perseguição?

Fac-símile de Veja. Pag. 123, ano 28, nº 38  | Veja/Editora Abril.


Em matéria da revista Veja em 20 de setembro de 1995, foi relatado que Mariel (Edson Celulari) disse 14 frases semelhantes as ditas por Edir Macedo Bezerra, em entrevista a citada publicação cinco anos atrás. Quem descobriu isso foi o sociólogo Alexandre Brasil Fonseca, que desde 1990 estudava a Igreja Universal.

A Folha de S. Paulo repercutiu o assunto aqui. Dias Gomes alegou que tudo não passou de mera coincidência e que teve como base chavões usados. Você pode comparar o que foi dito no livro de Dias Gomes, a entrevista na Veja e a minissérie de 1995:

LIVRO:
Mariel – O dinheiro é uma necessidade do homem. Na Bíblia, ele aparece como uma ferramenta, com a mesma função que o serrote tem para o carpinteiro e a enxada para o lavrador. Sem dinheiro, é impossível viver. O próprio Jesus tinha o seu tesoureiro, Judas Iscariote.
Delegado – Mas foi por dinheiro que Judas traiu Jesus.
Mariel – É que o dinheiro tanto pode ser usado para o bem como para mal.
Delegado – Mas Jesus era pobre.
Mariel –  Esse é um tremendo equívoco. Jesus nunca foi pobre. Ele disse: 'Sou o senhor dos senhores, o rei dos reis. E um rei nunca é pobre'.

ENTREVISTA:
[Edir] Macedo: O dinheiro é uma necessidade do homem. Na Bíblia, ele aparece como uma ferramenta. Com a mesma função que o serrote tem para o carpinteiro e a enxada para o lavrador. Sem o dinheiro é impossível viver. O próprio Jesus tinha o seu tesoureiro, Judas Iscariotes. Achar que o dinheiro é um mal não faz sentido.
Veja: Mas Jesus era pobre.
[Edir] Macedo: Esse é um tremendo engano. Jesus nunca foi pobre. Ele disse: 'Eu sou o senhor dos senhores, o rei dos reis'. Um rei nunca é pobre, ao menos que esteja destronado. Sendo rei dos reis, Jesus era rico (...)

MINISSÉRIE (veja a partir de 13m21):





Efeitos especiais: personagens interagindo com a realidade

Atores interagindo em vídeo | TV Globo/SIC.


Na minissérie, foram usados efeitos especiais para que as personagens interagissem com as imagens da vida real. A mesma técnica usada no filme Forrest Gump, de 1994.



A participação de você

E aí, assistiu a minissérie? Pois bem, vamos ver a participação de você, caro leitor e internauta.


Thami Sgalbiero | 9 de setembro de 2015 | 17:02
Acho que essas polêmicas dessa época aí não chegam perto das polêmicas de hoje, que é um homem beijar outro homem ou uma mulher beijar outra mulher né? Porque parece ser super normal botar fogo em uma casa e matar o próprio pai, mas esses beijos gays chamam mais atenção pra polêmica. Infelizmente isso é só mais uma prova de como a sociedade é meio ignorante. Gostei do post!
PEDRO RESPONDE – Cada época tem o seu escândalo e ficar no lugar daqueles que viram essa minissérie é fundamental para entender o porquê dela ter sido tão polêmica.


La Joie de Vivre! | 9 de setembro de 2015 | 18:59
Gostei muito do post! acho que, de certo modo, essa "Decadência" continua atual... se bem que, atualmente, há polémicas bem piores!
PEDRO RESPONDE – Obrigado. É por isso que trouxe essa minissérie para discussão. Ela tem seu grau de relevância por todos os motivos citados.


Vestindo Ideias | 9 de setembro de 2015 | 19:33
Nossa, nunca pensei que um sutiã jogado na bíblia ia causa também haha Achei a trama forte sim, mas tá faltando algo assim sabe? Tirando Verdades Secretas que tá sendo um tapa na cara e tá todo mundo amando, acho que falta. Gostei, nem conhecia para ser sincera haha
PEDRO RESPONDE – E causou muito. Nenhum religioso quer ver seus símbolos e crenças vilipendiados desse jeito. Se está faltando algo na trama, respondo perguntando: você viu a minissérie em vídeo? Obrigado.


Juliana Bittar | 16 de setembro de 2015 | 09:45
Oi Pedro, oi Emerson....
Nossa quanta informação! Para começar a informação de que eu estou velha! hauhauah 20 anos de minissérie e eu lembro dela! E de toda a polêmica!
Não tenho dúvida que a minissérie é atual, a única coisa é que hoje vivemos uma fase de "politicamente corretos" que por um lado é uma falsidade, mas por outro não precisaremos mais ver pastor chutando santos na tv! Eu fui evangélica a minha vida toda, fazia parte de uma igreja descente, lembro que quando o Papa faleceu, nossa igreja fez uma oração por ele e pelos católicos que acabavam de perder o maior líder, mas sei que minha igreja era minoria. A grande maioria quer saber de dinheiro a qlqr custo mesmo. A minissérie, novelas, filmes, música e mídia em geral tinha muito essa questão de colocar a tona uma questão que estamos vivendo, e a verdade é que os problemas são os mesmos, vivemos um museu de grandes novidades, não é? Nossa vou parar por aqui, pq já estou filosofando demais! Vou assistir esse "Afundação" que eu não conhecia!
PEDRO RESPONDE – Seu depoimento foi enriquecedor, Juliana. Obrigado.


Marta M. | 16 de setembro de 2015 | 09:56
Hello from Spain: point well taken. Interesting misissérie. I did not know. Keep in touch
PEDRO RESPONDE – Marta, a televisão brasileira tem um poder incalculável sobre o brasileiro. Não sei se é assim na Espanha, mas a TV é a “casta sacerdotal” do Brasil. Obrigado.


Samara Ferreira | 16 de setembro de 2015 A 19:12
Essas brigas religiosas sempre dão o que falar. A igreja e a televisão nunca irão concordar.
PEDRO RESPONDE – É questão de habilidade para falar de qualquer coisa. Tem que ter senso de responsabilidade e equilibrismo. Obrigado.


Espero que tenham gostado dessa sequência de posts sobre a minissérie Decadência. Agora, vamos refletir sobre o post? J-J




Por: Pedro Blanche
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