quinta-feira, 18 de abril de 2024

Quinta de série: Falas da Terra

Pode conter spoilers!


"Vem devagar que essa terra é minha Fala de mansinho que essa voz é minha Vem devagar que essa terra é minha Fala de mansinho que essa voz é minha Chega com respeito que esse corpo é meu Todo meu A sua propriedade é uma invasão A sua voz, uma usurpação Sua presença virou violação Não vá dizer o meu direito não. Esses são os versos da canção Essa terra é minha que faz parte da abertura e do especial Falas da Terra exibido em 2021 em duas datas - 19 e 24 de abril de 2021. O especial documental duplo tem como foco os povos originários e traz luz à pluralidade e luta dos indígenas pelo direito de existirem, por meio de um resgate histórico de valorização de suas culturas. 

O especial apresentou 21 depoimentos de indígenas (em primeira pessoa) que trouxeram informações sobre preservação da cultura, língua e costumes. Falas da Terra falou das conquistas desses povos além das florestas e as diversas maneiras de ser indígena. Assuntos como: proteção do meio ambiente e da vida; respeito à diversidade; histórias de resistência e ativismo; demarcação de terras; invasão de territórios demarcados; preservação das florestas; importância da literatura para ajudar na conscientização, foram tematizados e debatidos.

A riqueza cultural de mais de 300 povos existentes no Brasil, que falam aproximadamente 200 línguas diferentes foi apresentada. O legal é que eles desconstroem o que vem a ser índio e indígena, já que apresenta não só povos que moram perto da natureza, mas também que vivem em grandes centros urbanos. Foram apresentados médicos, artistas, biólogos, escritores premiados, youtubers, dentre outros.

   

O olhar indígena para o conteúdo foi percebido pela produção de Ailton Krenak, líder do Movimento Socioambiental de Defesa dos Direitos Indígenas; Ziel Karapató, artista e ativista; Graciela Guarani, cineasta; Olinda Tupinambá, jornalista e documentarista; e Alberto Alvarez, cineasta e realizador. Trazer esse povo que entende do assunto, foi fundamental.


Falas da Terra possui uma produção audiovisual incrível, com captura de cenários belíssimos e paradisíacos da natureza. Os depoimentos dos indígenas são riquíssimos, além da câmera ser humana e capturar as rugas e traços em seus rostos, de forma natural e realista.    



O documentário demonstrou que as pessoas possuem vozes e falas, mas também a natureza, sua flora e fauna também possuem vozes. O clipe com a música Essa terra é minha é de arrepiar, não há como ficar inerte ou parado com o clipe e tudo que ele representa. É um especial documental em dose dupla que recomendo. J-J






   



Por: Emerson Garcia 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Aquela cena: a deusa Bilquis (rainha de Sabá) e seu poder de sedução em 'American Gods'

Antes de ler o post: Cena para maiores de 18 anos [+18]






Sabe aquela série que te deixa de olhos bem abertos por conta de suas cenas? Pois é, American Gods tem essas cenas. Explícita e altamente violenta, a série tem como enredo principal a mitologia de Deuses Antigos e Modernos lutando entre si para conseguir adoradores e súditos para assim se manterem fortes.

Logo no primeiro episódio (1X01), temos uma cena que com certeza vai fazer com que você nunca a esqueça, seja pela estranheza, ou o surrealismo que ela traz. Porém independentemente disso, o impecável e o deslumbrante beiram o trecho de uma maneira perfeita.

A cena traz Bilquis (Rainha de Sabá), a deusa antiga do amor, fertilidade, e do sexo, que veio da Etiópia para os Estados Unidos da América afim de conseguir adoradores e servos e suprir suas necessidades. Ela usa aplicativos de relacionamento para encontrar homens ou mulheres e sugar sua vitalidade sexual. Na cena a seguir, vemos que ela se encontra com um homem sedento sexualmente, e ao seduzí-lo ela pede para que ele acenda velas que estavam em seu altar e a idolatre enquanto mantêm relação sexual. Assista:



A cena já te prende por conta da trilha intensa e vibrante. A paleta de cor vermelha usada mantém uma tensão no ar, a medida com que a Deusa se movimenta. Conforme a adoração do homem sobre ela aumenta, sua pele vai mudando, se tornando mais viva e reluzente; seus olhos se tornam mais brilhantes; e a atmosfera do quarto vai ficando mais quente. 




Com tudo isso, podemos ver que Bilquis vai crescendo como se estivesse se tornando mais forte e poderosa, e de fato estava. A adoração e a súplica daquele homem, estavam fazendo com que ela tomasse forma novamente de uma deusa. Assim ela o absorve para dentro dela, com o poder de sua vagina, tomando sua forma e vitalidade para ela mesma, como se estivesse se alimentado de seu corpo.

A cena é bastante explícita. No ano em que essa série foi lançada, houveram muitas polêmicas, Esta cena, por sinal, foi alvo de muitas críticas. Outras cenas desta obra causaram e causam muitos debates, o que não é de se esperar. American Gods é uma ótima série, com uma premissa interessante, ótimas atuações e diálogos bem feitos. Uma ótima produção que, com certeza, vale a conferida. J-J





Por: Arnaldo Woosters, especialmente para o JOVEM JORNALISTA

terça-feira, 16 de abril de 2024

Rótulos, embalagens e produtos em homenagem à Brasília!


Na semana em que Brasília completa 64 anos resolvi trazer um post de homenagem à Capital Federal de empresas e marcas que criaram rótulos, embalagens e produtos no decorrer desses anos. 

34 marcas cervejeiras do Distrito Federal se uniram para o lançamento da Quadradinha, que foi uma cerveja artesanal puro malte criada especialmente para a data. A embalagem era branca, com várias frases e palavras e um retângulo verde, que lembra as delimitações do Distrito Federal. 





É possível traduzir o céu de Brasília para um pacote? A Mokado Lab de Cafés diz que sim. Ela lançou uma embalagem especial que traz lindas pinturas desenhadas por sol, nuvens e arco-íris, que representam o nosso céu local. 

O artista Renato Moll criou a embalagem que remete ao céu da cidade nos horários do nascer e pôr-do-sol, quando os tons azulíssimos dão espaço ao rosa e laranja. O resultado ficou espetacular e você vai querer guardar a embalagem com todo carinho, porque ela mais parece uma obra de arte do que qualquer outra coisa. 





Já pensou em um drink inspirado em Brasília? O barman do B Hotel, Eli Nunes, sim. Ele criou uma bebida inspirado nas características da capital, o Cerrado Collins - que mistura a refrescância do pepino e do capim santo com a acidez do limão taiti e da maça verde, além de um toque floral com o Elderflowers. A bebida é finalizada com água com gás e um tempero secreto. O barman disse o seguinte: 

“Pensamos em trazer para dentro do drinque uma experiência sensitiva diferenciada, focada nos aromas e no frescor de Brasília”.





Até mesmo O Boticário lançou um perfume em homenagem à capital, o Acqua Fresca de Brasília. O aroma, desenvolvido especialmente para a cidade, apresenta notas cítricas frescas, ideal para o clima quente da cidade. O vidro e a embalagem trazem referências à arquitetura singular e aos traços e curvas dos monumentos e vias de Brasília. 




O Café do Sítio, por sua vez, homenageou a Capital com o lançamento da 1ª linha de microlote da marca. O diretor de marketing e vendas da empresa, Ricardo Barbosa, disse o seguinte:

"Somos Brasília em todas as suas fases e variáveis. Em 1967, trouxemos de Pernambuco, a nossa identidade, para ser o sabor da capital. Nos orgulhamos do que conquistamos e assim como a nossa cidade, que tem asas e já nasceu voando, nos desafiamos a desenvolver um produto que representa a nossa essência".





Chamado de Cobogó Amarelo, foi desenvolvido como forma de simbolizar a união da história da marca com a cidade. O café especial possui notas cítricas de maracujá e ponkan, resultando em um café com sabor único e exótico. 




Em 2015, a Nutella também homenageou a capital com um rótulo especial, escrito "Brasília" com as fontes e letras da marca, substituindo seu nome oficial, e um adesivo com um coração e o desenho da Catedral Metropolitana na tampa.






As cervejarias Corina e a Cruls criaram uma bebida em homenagem à Brasília, a Véi. Ela tem características da Capital Federal, sendo seca, aromática e com amargor moderado. A embalagem é azul e branca, traz ilustrações de monumentos e construções locais, além de lembrar das técnicas de azulejismos de Brasília.  





Em homenagem aos 50 anos de Brasília, a Coca-Cola criou embalagens especiais, com imagens de monumentos-ícones da cidade, além de fazer uma decoração especial para 50 caminhões de entrega da frota, criando um verdadeiro "museu itinerante". 








Interessante que as empresas não perderam esse time. O que elas reservam para esse ano?! J-J


Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Resenha 'Sobre a televisão' de Pierre Bourdier

A discussão do livro Sobre a televisão de Pierre Bourdier está em torno do papel do jornalista na televisão, assim como a política empregada no meio televisivo. O autor coloca a televisão como de extrema importância para o telespectador e discute para quem e para o quê essa mídia se coloca. Nesse sentido, sua utilização mede a credibilidade, ou não, de telejornais.

Atualmente, telejornais como Brasil Urgente e Balanço Geral utilizam notícias e informações para atiçar a atenção do público, através do sensacionalismo e da insistência em mostrar os problemas dos outros de maneira sentimentalista e chamativa. O sensacionalismo é um dos pontos que o autor coloca para mostrar a posição de alguns telejornais. Mas é interessante sublinhar que a televisão se preocupa em passar uma informação para determinado público. Isso quer dizer que notícias de assassinatos, acidentes cirúrgicos, exploração da pobreza e barracos passionais interessam o público, e por isso são explorados.

Interesse público é completamente diferente de Interesse do público, segundo Luís Martins (2002). Enquanto este se preocupa em trazer problemas sociais e procurar, de forma cidadã, dar soluções, não criando exageros encima de fatos, muito menos especulações e julgamentos de valor; aquele se preza em trazer notícias, sem a preocupação de solucionar, apenas gerando o sensacionalismo em busca de altas audiências.

O que falta em telejornais é essa preocupação de dar soluções a problemas. Talvez, se os telejornais não fossem tão mercantis, eles seriam muito mais cidadãos. O caminho que pode ser proposto é não ter sentimentos muito avassaladores perante aos fatos – claro que eu não falo do telejornalista ser frio – mas não utilizar das informações para autopromover-se ou promover o telejornal.

A objetividade não é algo plenamente possível; assim como a subjetividade não é algo inadmissível. Com relação a primeira sentença, eu diria que é impossível um telejornal ser isento, já que ele possui uma linha editorial, que é comandada pelos “poderosos da comunicação”. O telejornal não consegue isentar-se dos fatos. Com relação a segunda, eu diria que a subjetividade é possível, porque o telejornalista não precisa ser um robô. Mas o problema encontra-se na subjetividade excessiva em que alguns telejornais se prezam. Tanto a objetividade como a subjetividade devem ser dosadas, sem favorecer uma ou outra.

Infelizmente, o que ocorre é um exagero na subjetividade. O Balanço Geral ao contar a história do menino que perdeu todos os dentes em uma cirurgia, utilizou do seu sofrimento para arrecadar audiência, procurando, ao máximo, gerar comoção no público. De nada adianta emocionar-se, se não haver soluções para o problema do menino.


Bourdier fala ainda do papel do jornalista com relação à política, que muitas vezes pode ser confundido com o papel do demagogo. Essa relação é delicada, pois o jornalista não pode manifestar-se perante uma ideia ou posição política, mas apenas mostrando os fatos. O que vemos nas eleições são posições políticas de telejornais e meios de comunicação muito determinadas. Telejornais dando mais importância a certo candidado, e influindo a sociedade, já que a televisão, segundo Bourdier, tem poder de influência. O papel de telejornais não é influenciar, e sim mostrar fatos e dados para que o telespectador tire suas próprias conclusões.

É claro que a posição política e o espaço de opinião não são inadmissíveis em telejornais, mas aqui eu falo, de espaços de opiniões que são colocados em espaços de notícias ou de informações. Os telejornalistas deveriam separar lugares de informação e de opinião, pontuando cada coisa em seu ambiente. Para posicionamentos políticos tem-se artigos, comentários e editoriais. Para o exercício da ética, esses espaços deveriam ser utilizados corretamente. Pierre Bourdier explora as questões éticas sobre os telejornais, se perguntando para o que e para quem é essa informação? Será que todos estão interessados em saber determinado assunto? Quais são os objetivos ao se veicular uma notícia? Todas essas perguntas estão engendradas no papel ético de cada telejornal e de cada telejornalista e da responsabilidade com a informação. O livro, portanto, é interessante nesse sentido, e bastante atual para se pensar nessas questões colocadas. J-J


Por: Emerson Garcia para a disciplina Telejornalismo da UCB

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