segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Perfil: Dr. Alexandre Caetano

Ele ajudou a sequenciar o genoma do boi


Crédito da foto: Myrcia Hessen


"Desde pequenininho eu sempre fui interessado em ciência".


O Pesquisador III da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alexandre Rodrigues Caetano nasceu e cresceu em São Paulo. Desde criança, sentiu uma forte atração por experiências relacionadas à ciência. Ele afirma que seus pais sempre deram força para seguir em frente e hoje se sente realizado na profissão.

Em 1988, apoiado por parentes que vivem nos Estados Unidos (EUA), ingressou no curso de Zootecnia pela University of Rhode Island, onde deu os primeiros passos rumo ao seu objetivo. Em 1994 concluiu seu mestrado em Genética pela Universidade da Califórnia Davis e, na mesma instituição, em 1999, adquiriu o título de Doutor.

O deslumbre


Durante a infância sempre foi deslumbrado pelo mundo animal e se aventurava a capturar, até mesmo, aranhas. “Desde pequenininho eu sempre fui interessado em ciência. Eu era aquela criança que ficava pegando insetos e olhando – deixava minha mãe maluca”, conta Alexandre Caetano.

“Eu tinha peixinhos no aquário, mas depois mudei de idéia e cacei umas aranhas para colocar dentro, aí as aranhas resolveram procriar; e tiveram aranhinhas, e depois elas fugiram (risos)”, relembra, divertido.


Ele criou-se no meio urbano, mas sentia a influência rural do pai, que crescera no ramo da agricultura. “Meu pai cresceu como um agricultor familiar. Então, eu tenho um pouco no sangue. Depois veio a faculdade, estudei zootecnia e tive interesse de exatamente trabalhar na produção animal, e melhorar esse processo para gerar produtos mais baratos e de melhor qualidade”, diz.

Alexandre Caetano: o doutor

Em 1999, Alexandre Caetano começou a coordenar um grupo de pesquisas de análise do sequenciamento do genoma bovino. Fora iniciado com o projeto de base que serviu para construir o mapa físico do genoma (ou Bac Mac) e organizar a informação para sequenciá-lo.


Com o investimento de 53 milhões de reais, o projeto iniciou-se, oficialmente, em 2003 onde vários países, como os EUA, Canadá e Reino Unido, além do Brasil, estavam presentes. Na época, o Brasil não participou economicamente, mas de forma efetiva.


O centro de sequenciamento de Houston, no Texas, foi responsável pela produção e montagem. Foram constituídos vários grupos de pesquisas pelo mundo, de acordo com a afinidade de estudo.



Alexandre Caetano: o ser humano



Na sala de Alexandre Caetano há livros, folhas e objetos de estudo por toda parte. Mas, quem observa com atenção, percebe a presença de desenhos infantis colados em alguns cantos do escritório. Esses desenhos, de certa forma, representam o verdadeiro Alexandre – uma pessoa que, apesar de trabalhar várias horas por dia, equilibra seu tempo para estar ao lado da família e, é claro, se dedicar a um hobby: o ciclismo.


Pedalar ajudou o doutor a obter sucesso em suas pesquisas. “Esse tipo de trabalho não tem como você realizar sem se dedicar. É uma coisa que precisa de muita dedicação e muito trabalho. Eu gosto de pedalar. Então, a minha válvula de escape é a bicicleta”, diz.

O processo



Segundo Alexandre, o processo é semelhante a um quebra-cabeça. Separam-se as peças por cores e depois as unem em pequenos grupos montando, assim, um todo. O trabalho parte da coleta do genoma do boi e de sua fragmentação em pedaços. Depois disso, colocam-se esses fragmentos em sequências. “Depois que se geram as sequencias e as monta de volta, aí você pode estudá-las”, explica o pesquisador.


O processo, em um primeiro momento, é automatizado e chama-se anotação automática. O computador localiza a sequência, determina onde começa e onde termina, e diz o que contém. Mas isso não é suficiente. O pesquisador tem papel fundamental na análise desses agrupamentos de informações, pois, há um procedimento de anotação manual que serve para certificar a validação daquela informação computadorizada.

Resultados e futuro

A experiência ajudou a rastrear milhões de variantes no gene bovino. Isso foi possível pela identificação de marcadores genéticos no genoma que ajudaram a compreender diversas raças bovinas. Foi catalogado um conjunto de 35 mil marcadores que serviram como ferramenta para encontrar genes que afetam características de importância econômica.


O experimento localizou, por exemplo, genes que ocasionam doenças em animais bovinos, e verificou quais deles dão resistência. Cada país, portanto, escolheu a raça de boi que era mais importante e colocou no exercício para a validação da informação identificada. No caso brasileiro, as duas raças escolhidas foram a Nelore – gado de corte – e a Gir – gado de leite.


A pesquisa, segundo o dr. Alexandre Caetano, não soluciona problemas relacionados aos bovinos, mas abre uma gama de informações para se estudar e procurar, através desses estudos, solucionar os problemas. No futuro, com a análise do sequenciamento, será possível melhorar todos os aspectos dos animais. A carne será mais macia e o leite, por sua vez, mais saboroso.

O segredo

Alexandre Caetano se define como uma pessoa perseverante, persistente e resistente. Resolve encarar os desafios como um ponto positivo na vida, e não como uma coisa detestável. “Se você transformar o seu trabalho numa coisa prazerosa, numa coisa que te dá prazer, num hobby, você nunca vai precisar trabalhar na vida”, diz, com conhecido mote. (JJ)



Todo perfil traz um ensinamento. E aí o que vocês vão levar para a vida de vocês desse?!



*Por Emerson Garcia e Myrcia Hessen

3 comentários :

  1. oww... que legal..
    e vc como esta?
    tanto tempo...


    bjo

    ResponderExcluir
  2. Oi
    Nossa! Super interessante essa história dele! Ele tem muito prazer naquilo que faz. Isso é primordial, pois ele faz com amor,o nosso trabalaho da frutos, foi isso que aconteceu com ele! Ele está de parabéns! =D

    Beeijo
    :*

    ResponderExcluir
  3. Achei legal ele falando q desde criança ele gostava de ciência... acho tão bom quando a gente faz o que gosta.. e faz bem!!

    Também gostei de v que além do lado profissional, também tem o humano.

    E oque ele diz por fim... é bem verdade. A gente tem q trabalhar com o que gosta.. aí não é trabalho, é uma diversão...!!!

    Parabéns pelo perfil/entrevista

    Por Sami

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